quinta-feira, 31 de julho de 2008

Manifesto por uma Juventude de massas, pensante, dirigente, e socialista!

A população do Vale do Paraíba comparecerá às urnas em outubro, em muitas cidades observando as mesmas classes disputando o poder entre si, e retomando as velhas indagações a respeito deste direito que é a democracia, que sabemos quantas vidas de jovens idealistas custou neste processo, e que hoje ainda resguarda o velho coronelismo e a antiqüada política de clãs. A juventude que outrora foi elemento motriz da luta, em meio a sociedade, hoje é uma das classes mais desinteressadas em participar deste processo, e quando o faz é discriminada pelos velhos dirigentes de muitas agremiações políticas e visto com disconfiança por muitos setores da sociedade. É preciso pensar em uma alternativa ao pensamento unitário e elitista que a sociedade está inerte, para tanto também é preciso forjar uma nova juventude de massas, pensante, dirigente e socialista!


"(...) Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina, eles venceram e o sinal, está fechado prá nós que somos jovens (...)", quando Elis Regina fizera a música "Como nossos pais", em 1976, elaborando estes versos, a ditadura era impiedosa com a juventude, que anseava por mudanças na condução da política nacional, uma época que a juventude entoava Geraldo Vandré, levava a frente bandeiras e ideais de esquerda, fazendo uma grande frente a ferocidade maculada pelos veículos de mídia e pela ditadura militar. O perigo iminente representado pelos veículos de controle social, pela perseguição política e outras formas que os "cães do império" se manifestaram jamais afastou a juventude do cenário político, pelo contrário, lutou até o momento que conquistaram a democracia. Uma democracia conquistada com a pena de vidas, idéias e passados que não voltaram a estar presentes.
A democracia que vivemos é a luta que foi consolidada por uma juventude que vislumbrava um momento que até então era considerada como um luxo, algo que pode ser comparada em igual proporção a história de Prometeu e o fogo dos deuses que fora roubado do Olimpo e dado aos homens que pereciam na escuridão, e como castigo passou a eternidade com seu fígado aberto para que as águias pudessem dele se alimentar, e o mesmo fígado se regenerava todos os dias para que seu castigo dele fosse estendido. Da mesma forma os jovens fizeram esta luta, muitos deles pagaram caro pelo feito, uns com suas próprias vidas, outros com sua consciência abalada, outros que perderam parte de sua integridade em meio a tortura promovida pelos seus algozes.
Hoje vemos uma juventude em meio a alienação midiática, consumista, sem ideais de sociedade, mesmo que por vezes esteja consciente do momento que vivemos, não ter perspectivas de participação social e política efetiva. Por qual motivo a política se afastou do jovem? Aonde está a "velha juventude" que lutou contra o militarismo e a opressão? Pelo que hoje devemos lutar se estamos em uma sociedade democrática?
A política do Brasil demorou tempo demais para se modificar, e ainda que modificada sabemos o quanto difícil são os trâmites do processo de construção política na sociedade, que demanda tempo demasiado, algo que por vezes leva a juventude se desgastar por não observar mudanças nítidas dentro do cenário político. Desta forma o "Quarto Poder", a mídia, pode fazer sua ampla campanha, associada aos partidos burgueses, e aos detentores do grande capital transnacional para atacar a participação cidadã, que está muito além de tão somente de dois em dois anos votar em alguém para representar suas vontades e suas idéias nos mais diferentes âmbitos. A participação do cidadão, se dá em meio a vida partidária, a vida em meio aos movimentos sociais, estudantis e sindicais, algo que não pode ser restrito a um grupo comercial, a uma casta, ou a uma pessoa qualquer, a participação do cidadão é dada na luta cotidiana pela melhoria da qualidade de vida.
O "Quarto Poder", como bem sabemos influí negativamente nas gerações mais jovens, onde somos alienados desde o berço que a política é algo desonesto, que não há modos de mudar a cultura política, que o nós, enquanto povo, não sabemos votar, e a juventude se afasta a qualquer coisa relacionada a política, afim de se afastar de um "mal", ficando resignada a seu quarto, a igreja, e as relações famíliares, recriando portanto, condições para formação de um grande contigente de massas acomodadas socialmente, que aceitam com facilidade as imposições do poder "global".
Aquela juventude que lutou por anos, hoje ascendeu ao poder, parte se desvirtuou, participando de frentes de poder conservadoras, renegando o seu passado de lutas, e caminhando rumo a direita, e outra parte chegou ao poder com os mesmo ideais, socialistas, comunistas, trabalhistas, e continua com o mesmo fervor a lutar para mudar o Brasil, sejam com bandeiras do PT, do PCdoB, do PDT, ou de outras agremiações, e sabemos que a luta não morreu, porém é necessário que as classes dirigentes destes partidos tomem consciência que é necessário mudar os olhares, é necessário mudar a percepção histórica, e quem pode fazer melhor este papel que a juventude?
A juventude de hoje que não tem algoz maior que o "Quarto Poder", que não é tão voraz quanto aparenta, que pode reoxigenar as bases dos partidos e dos movimentos, e porque não também dos poderes. O ano de 2008 no Vale do Paraíba, especialmente, teremos candidaturas jovens, de esquerda, em muitos municípios, que podem dar continuidade a esta luta, e devemos enquanto estudantes, jovens, e sonhadores apoiá-las com o intuito de mudar toda a cultura política que a sociedade está inerte.
Justamente no Vale do Paraíba, dominado por clãs que de eleição em eleição renovam seu poder nas câmaras e nos paços municipais, quase que de forma ininterrupta, jovens se candidatando com novas idéias, novos projetos, e uma nova cultura política de esquerda. É preciso que pensemos, e façamos viável a construção de uma sociedade de massas e crítica, mas forjar uma juventude classista, pensante, e socialista, será uma tarefa árdua, e lançamos este ideal como base para uma política.


Devemos lutar pelo quê?
Devemos lutar por uma nova sociedade,
Para que não retorne ao vil passado,
Para que não mantenha as desigualdades de hoje,
Para que seja uma sociedade melhor amanhã!
Mesmo que o sonho não desencadeie a ação desejada,
Mesmo que a ação não seja ampla,
Mesmo que a amplitude não a ideal,
Pois será o ideal vai inspirar novos sonhos e lutas!

O Diretório Acadêmico de Geografia, da Universidade de Taubaté, se manifesta em apoio veemente as candidaturas jovens do Vale do Paraíba, ascenando que não há portanto, possibilidade de mudança efetiva sem políticas públicas para a juventude, e mesmo com a sua participação efetiva como classe dirigente e participativa.